25/02/2013


interativo x reativo


É certo que nossa relação com o mundo atual acontece a partir de novas intervenções tecnológicas sobre o corpo, aumentando a velocidade e diminuindo as distancias espaciais. Se a tecnologia tem moldado nossa sociedade e alterado nossa percepção do espaço, com certeza a arquitetura não está inerte nesse meio. A arquitetura não pode mais ser considerada estática e imutável, é o que afirma o arquiteto especializado em design e pesquisa de sistemas interativos Usman Haque. (ver aqui: http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/149/artigo26764-2.asp)

Quando pensamos a arquitetura a partir dos processos perceptivos inseridos no contexto atual, percebemos que ela pode adquirir outras características, como fluidez da matéria, flexibilidade, imediaticidade, fragmentação, instabilidade, versatilidade, heterogeneidade e interatividade. Essa ultima característica é explicada e exemplificada por Usman Haque no artigo disposto anteriormente. De acordo com o arquiteto, interação diz respeito à transmissão de informações entre dois sistemas, que podem ser duas pessoas, duas máquinas ou uma pessoa e uma máquina. Deve haver uma transmissão de forma circular, do contrário, haverá apenas uma relação "reativa".

Exemplos de relações reativas podem ser encontrados no trabalho do artista Daan Roosegaarde do Studio Roosegaarde. 



A imagem acima é da obra Flow 5.0, um ambiente constituído por uma parede de 10 metros com centenas de sensores que reagem ao som e movimento ativando ventiladores. Abaixo, outra parede composta por folhas que abrem e fecham em resposta ao comportamento humano, alterando a transparência da parede e a quantidade de luz visível. 




Para conhecer melhor o trabalho do artista, que é incrível, acesse o site: http://www.studioroosegaarde.net


Ainda segundo Usman Haque, os dispositivos reativos ou de circuito único são úteis para metas funcionais, como proporcionar conforto térmico e lumínico aos usuários no interior de edifícios, entretanto, é a relação interativa que permitirá que as pessoas construam e/ou adaptem os espaços de acordo com suas necessidades, por meio de diálogos. Nesse sentido o arquiteto apresenta experimentos de arquitetura feitos pela Haque Design + Research.

O experimento Sky Ear, que aparece nas imagens abaixo, aconteceu em Londres, 2004. Seu objetivo era responder em tempo real aos inputs das pessoas, do ambiente ou de dispositivos eletrônicos. Tratava-se de uma nuvem de fibra de carbono flutuante composta por mil balões de hélio, sensores eletromagnéticos e telefones celulares. De acordo com o conceito apresentado por Usman, esse experimento era interativo porque permitia que a platéia participasse  de forma colaborativa. A nuvem era um sistema de sensor que correspondia a ondas eletromagneticas geradas por chamadas de telefones celulares, produzindo por si mesma, campos magnéticos. 

Para saber mais: http://www.haque.co.uk/skyear.php





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